quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A CULPA É DO FIDEL

O filme " A culpa é do Fidel" retrata as desventuras de uma garotinha francesa a partir do momento em que os pais, após fazerem uma viagem ao Chile de Salvador Allende, se tornam socialistas. A garota demonstra enorme indignação após saber que seus pais (simpatizantes do comunismo) a proibiram de assistir aula de religião (a aula que ela mais gostava). Também se irrita pelo fato de os pais trocarem a espaçosa casa onde moravam por um apartamento pequeno onde, vez por outra, ocorreriam reuniões políticas de "comunistas barbudos" e, aos olhos da pequena menina, bastante "estranhos".

Postagem criada para a disciplina de "Introdução à informática", ministrada no segundo semestre de 2013. 



sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A loucura afirma ter nascino nas Ilhas Fortunadas (onde a natureza não tem necessidade alguma da arte) . Nas Ilhas Fortunadas não se sabe o que é trabalho,velhice ou doenças. É uma terra de fartura. Filha de Plutão (embreagado) e Neotetes (juventude). Não nasceu do matrimônio. Mas do amor livre e do prazer. Foi amamentada por duas ninfas: Mete (embriaguez) e Apédia (imperícia). A loucura vive cercada das seguintes criadas: Philautia (amor-próprio), Kolaxia (adulação), Lethes (esquecimento) , Ania (irreflexão.

"Todas as coisas são de tal natureza que, quanto mais abundante é a dose de loucura que encerram, tanto maior é o bem que proporcionam aos mortais. Sem alegria, a vida humana nem sequer merece o nome de vida. Mergulharíamos na tristeza todos os nossos dias, se com essa espécie de prazeres não dissipássemos o tédio que parece ter nascido conosco". (Rotterdam, Erasmo de. Elogio da Loucura. São Paulo: Martin Claret, 2007. Título original: Encomium Moriae, 1509.)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pára esse mundo que eu quero descer

Adoro essa canção do Raul:


Oh! Oh! Oh! Seu Moço
Do disco voador
Me leve com você
Pra onde você for
Oh! Oh! Oh! Seu Moço
Mas não me deixe aqui
Enquanto eu sei que tem
Tanta estrela por aí

(Disco voador-Raul Seixas)

domingo, 11 de julho de 2010

Um verdadeiro "saco de gatos"


Chico começou e George Orwell completou. Sei que a narrativa sobre a opressão da bicharada não ocorreu nessa mesma ordem. Mas é impressionante como é possível alinhavar as duas preciosas fábulas.
Nos Saltimbancos, Chico Buarque denunciou de maneira formidavelmente lúdica a opressão sofrida pela “Bicharia” que, enfim, de tão subjugada, transforma tudo em um “saco de gatos”:

Bicharia (Chico Buarque)

Au, au, au। Hi-ho hi-ho.

Miau, miau, miau। Cocorocó.
O animal é tão bacana
Mas também não é nenhum banana.
Au, au, au. Hi-ho hi-ho.
Miau, miau, miau. Cocorocó.
Quando a porca torce o rabo
Pode ser o diabo
E ora vejam só.
Au, au, au. Cocorocó.

Era uma vez
(E é ainda)
certo país
(E é ainda)
Onde os animais
Eram tratados como bestas
(São ainda, são ainda)
Tinha um barão
(Tem ainda)
Espertalhão
(Tem ainda)
Nunca trabalhava
E então achava a vida linda
(E acha ainda, e acha ainda)

Puxa, jumento
(Só puxava)
Choca galinha
(Só chocava)
Rápido, cachorro
Guarda a casa, corre e volta
(Só corria, só voltava).
Mas chega um dia
(Chega um dia)
Que o bicho chia
(Bicho chia)
Bota pra quebrar
E eu quero ver quem paga o pato
Pois vai ser um saco de gatos



Em “Revolução dos Bichos”, Orwell atesta que Chico estava certo: “Mas chega um dia / Que o bicho chia”। E aí então, a “Revolução” se inicia no celeiro. Orwell, em “Revolução dos Bichos”, dá voz e poder à bicharada. Os humanos são derrotados em um levante liderado pelos porcos da fazenda.

O lamentável é Orwell considerar que uma Revolução tão justa tenha sido decorrente de um devaneio. Em sua narrativa, Orwell considera que a idéia da revolução nasceu de um SONHO do velho Major- o porco.
Uma revolução que vislumbre a igualdade nunca é fruto de um devaneio, por mais que não se alcance, com ela, os resultados esperados. Não há nada mais racional do que almejar a igualdade. A disparidade, essa sim é irracional.

Mas discordar de trechos da fábula não me faz admirar menos "A Revolução dos Bichos". De maneira formidavelmente lúcida, Orwell "coloca o dedo na ferida" e descortina as contradições e insuficiências do socialismo real e do processo revolucinário russo.

sábado, 1 de maio de 2010


O mais gostoso de se relacionar é aprender. Perdi a conta de quanta coisa legal aprendi com meus colegas de trabalho, com meus amigos e com meus alunos.

Uma das preciosidades que aprendi a curtir foi nossa querida MAFALDA. Eu já possuía um pequeno livro com algumas tirinhas. Mas era só um livro empoeirado na estante. Mas quando a Fabíola (amiga de trabalho e de departamento) falou de seu costume de anexar tirinhas da Mafalda nos últimos slides de suas aulas, parecia já não ser mais a Fabíola falando e sim, a "marketeira oficial" da Mafaldita. Os olhos dela brilhavam. A devoção da Fabíola àquela pequenina personagem fez toda a diferença. E não é que decidi apostar?

De lá pra cá, percorro sempre alguns sites e visito sempre meu pequenino livro de tirinhas. E a Fabíola é a culpada. Foi ela quem promoveu a Mafalda, ao menos pra mim. Sei que pra Fabíola, esse incentivo foi involuntário e imperceptível. Mas o resultado do que ela involuntariamente promoveu é a prova de que a gente precisa acreditar pra convencer. E gostar, pra promover.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Vazio


Sofrer se parece com estar suspenso. A gente espera pelo repouso que não vem.
E dormir? Dormir não resolve. Chico Buarque já havia alertado: "inútil dormir que a dor não passa".

Se dormir não resolve e chorar também não (porque a angústia não sai na lágrima), como enfrentar dias cinzentos? Meu remédio é ler.

Lendo descobri que quando não há remédio pra mal do corpo, "a única coisa a fazer é tocar um tango argentino".

E foi também a literatura que me ensinou que "a gente pode ficar sempre alegre, alegre, mesmo com toda coisa ruim que acontece acontecendo. A gente deve de poder ficar então mais alegre, mais alegre, por dentro!"


Ler descansa a alma e alenta o espírito.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Filho


O FILHO QUE EU QUERO TER
Toquinho/Vinícius de Moraes

É comum a gente sonhar, eu sei, quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar um sonho lindo de morrer
Vejo um berço e nele eu me debruçar com o pranto a me correr
E assim chorando acalentar o filho que eu quero ter
Dorme, meu pequenininho, dorme que a noite já vem
Teu pai está muito sozinho de tanto amor que ele tem


De repente eu vejo se transformar num menino igual à mim
Que vem correndo me beijar quando eu chegar lá de onde eu vim
Um menino sempre a me perguntar um porque que não tem fim
Um filho a quem só queira bem e a quem só diga que sim
Dorme menino levado, dorme que a vida já vem
Teu pai está muito cansado de tanta dor que ele tem


Quando a vida enfim me quiser levar pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar no derradeiro bei..jo seu
E ao sentir também sua mão vedar meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz a me embalar num acalanto de adeus
Dorme meu pai sem cuidado, dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado, com o filho que ele quer Ter.